26/01/2011

NOTA DE IMPRENSA SUPRESSÃO DE COMBOIOS NO RAMAL DE CÁCERES

NOTA DE IMPRENSA
SUPRESSÃO DE COMBOIOS NO RAMAL DE CÁCERES

A C.P. - Comboios de Portugal assume como sua missão, operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviário essenciais para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social e territorial.
No entanto a partir de 1 de Fevereiro, o serviço de passageiros no Ramal de Cáceres, inaugurado a 06 de Junho de 1880, será reduzido a um comboio internacional se até lá não for alterada a intenção da C.P. – Comboios de Portugal.
Não entendemos as políticas adoptadas pela C.P. – Comboios de Portugal, que tem, apenas, em consideração a vertente económica / rentabilidade numa perspectiva redutora e de curto prazo, esquecendo a vertente social de um serviço público contrariando o isolamento, a desertificação e o empobrecimento da região.
Entendemos, ainda menos, porque inferimos que na sua gestão, a C.P., se desinteressou completamente pelo potencial deste ramal pois só assim se explica a permissividade perante uma degradação continuada da qualidade da oferta no que respeita ao transporte de passageiros no Ramal de Cáceres durante as últimas três décadas, designadamente, horários inadequados, mau atendimento, falta de informação, transbordos, má qualidade das automotoras, dando assim, escandalosamente, todas as oportunidades à concorrência, (transporte rodoviário) para se apoderar de uma clientela conquistada durante quase um Século.
Há cerca de 30 anos, uma viagem de comboio entre Marvão/Beirã e Lisboa levava, em média, quatro horas e vinte minutos, sem qualquer transbordo, hoje essa mesma viagem demora cinco horas, com transbordo e ainda sem a possibilidade de comprar um bilhete directo para Lisboa. Assim, obrigam-se as pessoas a deslocarem-se mais uma vez á bilheteira e a saltitar de comboio para comboio. Quase parece que falamos de um negócio em que a gerência não quer vender os seus produtos.
Acreditamos que uma melhor gestão do transporte associada às potencialidades da vertente turística tornarão possível a sustentabilidade, promovendo uma alternativa real ao transporte rodoviário, pelo que em meu nome e da Câmara Municipal manifestamos o nosso desacordo nesta intenção e solicitamos uma alteração da mesma.
O Presidente da Câmara Municipal de Marvão
Victor Frutuoso
Marvão, 25 de Janeiro de 2011

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