Esta é daquelas festas, que quase ninguém se lembra, mas que tem tanta importância como outra qualquer.
O Dia de S. Brás celebra-se a 3 de Fevereiro, mas este ano, por imposição do calendário, e por ser dia de semana, festejou-se no dia 7 Sábado seguinte.
E na encosta de Marvão, bem pertinho de Nossa Senhora da Estrela, fica a igreja deste Santo, que é religiosamente festejado ano após ano, enquanto houver pessoas como o Sr. João Amador Lourenço e Sr. João José Alberto, que sucedeu a seu pai, Sr. João Dias, já falecido.
E nos dias anteriores, com a calma que o caracteriza, lá vai o Ti João Esteves, como é mais conhecido, a caminho de Marvão para que a Câmara ponha a luz na festa e a Junta de freguesia possa mandar limpar a igreja.
Na noite anterior, é habitual reunir-se junto da igreja, um grupo de homens de Marvão e não só, que, à roda de um grande lume, e se estava frio nessa noite, convivem acompanhados de um bom tinto ou branco da região e no assador não falta comida.
Como qualquer festa que se preze, não faltaram os foguetes, quer à noite quer na manhã de Sábado, que fez recordar aos esquecidos de que festa se tratava.
No dia seguinte, são poucos, mas fiéis aqueles que se deslocam até à Fonte do Concelho para assistir à missa celebrada pelo Sr. Padre Luís e acompanhado pelas irmãs da Santa Casa e por algumas funcionárias.
Este ano, e porque havia mais gente houve procissão com a imagem de S. Brás, recentemente restaurada.
No fim, e porque o S. Brás é o protector das doenças da garganta, toda a gente pôs o colar de S. Brás para ficarmos protegidos desses males.
E naquele sítio esquecido, mas cheio de beleza natural, festejou-se o S. Brás com o leilão dos habituais “ramos”, alguns deles logo compartilhados por todos no local.
No fim fomos reconfortados com umas deliciosas fatias de ovo, (fatias douradas ou fatias paridas, como também são conhecidas), oferecidas gentilmente pela Santa Casa da Misericórdia de Marvão.
Antigamente também se festejava a Senhora das Candeias, a 2 de Fevereiro, em Santo António das Areias e como não se perdia uma festa, era usual as pessoas do nosso concelho ao se encontrem dizerem:
De onde vens,
P´ra onde vás?
Venho da Senhora das Candeias
E vou p´ró S. Brás.
Emília Mena da Cruz Machado
10.02.2009