A revolução Liberal de 1820 trouxe consigo alterações profundas ao nível da organização administrativa do território. Desde esse período e até aos nossos dias subsiste a divisão territorial: Os distritos que se desdobram em concelhos e estes em freguesias. No entanto, ao longo de todo o séc. XIX e principalmente no interior do país, sentia-se a falta de pessoal habilitado para o exercício dos cargos políticos, bem como carência de recursos para responder às necessidades das populações.
Para os Municípios de 3ª ordem (como Marvão) era muito complicado captar recursos financeiros necessários à administração corrente, e pelo alto índice de analfabetismo da população, era também muito difícil recrutar indivíduos aptos para participarem nas vereações. Foi então sem grande surpresa que a 26 de Setembro de 1895 foram suprimidos diversos concelhos por todo o país, no âmbito de uma reorganização política e administrativa do território português. Neste contexto, o Concelho de Marvão ficou anexado ao de Castelo de Vide.
A extinção do Concelho de Marvão não foi assim um caso isolado nem no distrito nem no país. Com esta reforma pretendia-se a racionalização dos recursos financeiros e humanos. No entanto, com esta alteração, foram extintos municípios com raízes seculares. Marvão era um destes casos.
Na altura, na documentação, não consta que a população de Marvão se tenha revoltado com a situação, até porque os tempos eram de constante mudança. Numa das poucas referências que surge na documentação acerca deste assunto, o então Administrador do Concelho de Marvão (Manuel Luís da Costa Afonso) relatava aoGovernador Civil:
(…) há já tres mezes que eu e os empregados d’esta administração não recebem os seus vencimentos, dizendo o secretario da camara que se não pagava em vista das folhas não estarem feitas e não haver aqui quem as assignassem (…)
Na altura, na documentação, não consta que a população de Marvão se tenha revoltado com a situação, até porque os tempos eram de constante mudança. Numa das poucas referências que surge na documentação acerca deste assunto, o então Administrador do Concelho de Marvão (Manuel Luís da Costa Afonso) relatava aoGovernador Civil:
(…) há já tres mezes que eu e os empregados d’esta administração não recebem os seus vencimentos, dizendo o secretario da camara que se não pagava em vista das folhas não estarem feitas e não haver aqui quem as assignassem (…)
Em Fevereiro de 1897, o governo caiu, enfraquecido pela acção da oposição e pela sua própria inoperância. Em 13 de Janeiro de 1898, depois de novas eleições para o governo e várias reclamações um pouco por todo o país, o concelho de Marvão foi reintegrado e portanto desanexado do concelho vizinho. A 24 de Janeiro regressaram para Marvão os símbolos do concelho e também o seu espólio documental, facto que foi considerado de tal importância que deu origem durante muitos anos, ao feriado municipal.
Nas actas de vereação da Câmara de Castelo de Vide de 24 de Janeiro de 1898 pode ler-se que : “na melhor ordem foi feita a entrega de utensilios, mobilia e archivo que pertenciam ao concelho de Marvão” .
Nas actas de vereação da Câmara de Castelo de Vide de 24 de Janeiro de 1898 pode ler-se que : “na melhor ordem foi feita a entrega de utensilios, mobilia e archivo que pertenciam ao concelho de Marvão” .
Quando da extinção do concelho, António de Matos Magalhães era vereador da Câmara Municipal. Após a sua restauração, foi ele que assumiu a presidência da comissão administrativa e mais tarde a presidência da Câmara, depois das eleições municipais.
António de Matos Magalhães foi portanto o líder dos desígnios marvanenses durante este importante período da nossa história concelhia.
O evento da restauração do concelho de Marvão ocorreu em 1898, mas actualiza-se sempre que a Câmara Municipal e cada um dos Marvanenses recupera a sua memória e o seu simbolismo.
António de Matos Magalhães foi portanto o líder dos desígnios marvanenses durante este importante período da nossa história concelhia.
O evento da restauração do concelho de Marvão ocorreu em 1898, mas actualiza-se sempre que a Câmara Municipal e cada um dos Marvanenses recupera a sua memória e o seu simbolismo.
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